Depois da tempestade, como fica o céu?
Ano novo astrológico entre eclipses, Netuno mudando de signo após quase 15 anos e retrógrados pelo caminho. O que sobra de nós depois disso tudo?
Março foi um caos astrológico. De verdade. Mas e agora? O que vem depois da tempestade?
Abrimos o mês com Vênus retrógrado em Áries, logo no dia 1º. Vênus rege afetos e dinheiro. Em Áries, um signo de fogo e impulso, esse planeta já não está em sua zona de conforto. Retrógrado, então, pior ainda. O desejo oscila. As compras dão errado. O passado bate na porta. Vênus em Áries quer agir, mas encontra travas.
No dia 14, tivemos um eclipse lunar total em Virgem, durante a Lua Cheia. A Lua, regente das emoções e dos ciclos internos, foi ocultada. Quando um eclipse acontece, algo se revela, mas não de imediato. Não à luz do Sol, mas no silêncio, no que ecoa dentro. A Lua Cheia ilumina o que está transbordando, mas eclipsada, ela pede pausa.
No dia seguinte, mais um retrocesso: Mercúrio iniciou seu movimento retrógrado em Áries, juntando-se a Vênus. A comunicação ficou truncada, as mensagens não chegaram, os impulsos falharam. Foi um céu que gritava: reveja, repense, revise.
No dia 20, o ano novo astrológico chegou. O Sol entrou em Áries e marcou um recomeço, mas um recomeço dentro do caos. Como iniciar algo novo se tudo ao redor parece desfocado? O equinócio trouxe equilíbrio entre luz e sombra, mas a sensação era de descompasso.
E então, mais uma virada: no dia 29, um eclipse solar parcial em Áries. De novo, a escuridão. Justo no signo que pede coragem, fomos convidados a enfrentar incertezas. E no dia seguinte, 30, Netuno deixou Peixes após 14 anos e entrou em Áries. Um planeta geracional trocando de signo é uma mudança de narrativa para todos. Netuno dissolve ilusões, mas também cria novas. Em Áries, seu primeiro passo é cego, impulsivo. A nebulosidade do sonho agora se mistura com a vontade de agir.
O que toda essa relação de céu e ser quis nos dizer?
Primeiro, que você sobreviveu. A astrologia não dita o livre-arbítrio, mas ela revela o ritmo dos ciclos. E se teve um mês de ciclos bagunçados, foi esse.
Agora, abril chega com respiro. Sem eclipses. Mercúrio volta ao movimento direto. Vênus também. O caos acalma. O que foi remexido começa a se assentar. O que foi revelado pode, enfim, ser compreendido.
E a gente segue – talvez ainda meio zonzo, mas sempre em frente.